sexta-feira, 26 de abril de 2013

Peixes venenosos e perigosos

Para responder a questão do Rodrigo Takata, sobre peixes que podemos comer ou não, resolvi fazer este post.
Em qualquer lugar do mundo, as variedades de peixes são muitas e só pesquisando para se saber quais espécies são perigosas tanto no manuseio como para comer.
Vou colocar aqui alguns peixes mais comuns encontrados pelo Japão e que podem mudar de nome e coloração dependendo da região.

Peixes com ferrão venenoso

Os pontos em vermelho indicam o local onde se encontra o ferrão.

Ei em japonês ou a famosa arraia


Gonsui - peixe bem parecido com o bagre





Peixes com dentição forte ou afiada


Tachiuo ou peixe espada

Utsubo ou  Moreia





Peixes de carne venenosa

O mais conhecido dos peixes de carne venenosa é o baiacu, sem dúvida nenhuma. 
Uma vez peguei um livrinho da casa de pesca Joshuya com a informação da tabua da maré e nele continha algumas informações adicionais. 
O que me deixou curioso foi saber que o Sabah (peixe que aprecio muito), é um peixe que a carne estraga muito fácil e se consumi-la neste estado, pode-se ter uma intoxicação muito mais perigosa que o consumo da carne de baiacu. 
Principalmente nos dias quentes a conservação tanto do sabah como qualquer outro peixe requer uso de caixa térmica com bastante gelo.



Fugu ou baiacu




Cuidado com as barbatanas

Peixes comuns como o robalo, kurodai, madai possuem barbatanas afiadas e todo manuseio requer muito cuidado.






Estas são as espécies mais comuns e que devemos ter muito cuidado, principalmente quando a pescaria é realizada na companhia de crianças.
 Para mais informações, vou colocar abaixo o link dos sites que achei que possuem fotos e explicações, porém em japonês.








sábado, 20 de abril de 2013

Robalo X Ugui

Esta semana eu e o Coxinha novamente corremos por Hamanako após o serviço.
Com o vento fraco, a água parecia um espelho.
Durante a primeira hora nada.
Somente algumas tainhas saltando e se espatifando na água.
Havia também pequenos rebojos, talvez de robalinhos ou mesmo de sayoris (agulhinhas), comuns nesta época do ano.
Perto das dez horas, Coxinha perdeu uma fisgada.
Sinal de peixe circulando.
E nosso tempo se esgotando. 
Dia seguinte era dia de trabalho ainda e não dava pra ficar a noite inteira.
Mais animados, continuamos tentando.
Até que o Coxinha engatou um robalo.
Grande parceiro!!!

Robalo, 16/04/2013. 22h24.
Isca: artificial artesanal

Se não fosse pelo compromisso diário e necessário de trabalhar, a noite seria uma maravilha.
As vezes é curioso o fato das iscas artesanais serem mais eficientes e um dos motivos é pelo fato de serem feitas de madeira.
As iscas feitas de madeira conseguem dar um balanço diferente daquelas fabricadas industrialmente em plastico. Apesar das industrias utilizarem vários tipos de matéria-primas diferentes, ainda não existe nada que se compare as madeiras.
Talvez seja por isso que a Rapala é muito conhecida mundialmente, porque até hoje a maioria de suas iscas são feitas de madeira e continuam sempre sendo muito eficientes.
Nada contra as iscas de plastico, que também utilizo e muito.

Isca artificial artesanal 

Logo após a sessão de fotos, retornamos a pescaria.
Coxinha ainda estava ajeitando seu equipamento quando dei meu primeiro arremesso.
Foi questão de segundos.
Senti a linha esticar e vara envergar.
Tranco pra trás.
Peixe fisgado.
Correndo como louco, fazendo um alvoroço tremendo.
Mas durou pouco.
Muito pouco.
Estranho, pois parecia que o peixe estava vindo na nossa direção.
Curiosidade ficou a flor da pele.
Robalo não parecia ser.
Sayori? Tainha? Kibire?


Ugui, 16/04/2013. 22h32.
Isca: Artificial artesnal

Era um Ugui.
E dos grandes.
Passando dos 40 centímetros.
Emoção de pescar e não saber que peixe é, me dá uma satisfação dobrada.
No tempo limite, soltamos o peixe e finalizamos ali a pescaria.
Um robalo e um ugui.



domingo, 14 de abril de 2013

Kibire na area

Devido a compromissos sociais inadiáveis neste fim de semana não deu para ir atras dos peixes.
Graças a colaboração de amigos do blog vou descrever os relatos do fim de semana.
Cada um partiu para um lugar diferente de Hamanako, alguns com sucesso e outros não.
Com a queda repentina da temperatura nesta semana, a atividade dos peixes mostrou-se bem baixa.
O amigo Furuta tentou em um canal conhecido por ser um dos primeiros locais a aparecer o kibire.
Infelizmente sem ação, a não ser de um pescador próximo que conseguiu levantar um kibire.
Coxinha tentou um lugar mais calmo, com pouca aglomeração de pescadores.
Ação até que teve, segundo relatos, mas, aparentemente de ugui, um peixe bem parecido com a carpa, que vive em água salobra e ataca iscas artificiais.

28/10/2011. 21h09.
Isca: Cultiva jig Head 4g+2"grass minnow

Depois de algumas tentativas conseguiu engatar um e confirmou-se que se tratava de ugui.
Dois amigos conseguiram pegar kibire, apesar de apenas um cada, em locais e horários diferentes.
O amigo Galego tirou um de 30 centímetros e viu outro pescador levantar mais um.
O Colaborador Aguinaldo, conseguiu tirar um kibire de ótimo tamanho. 


Kibire 13/04/2013. 03h51.
Isca: Artesanal
Pescado por Aguinaldo



A noite foi longa para o amigo Aguinaldo, com poucas ações e somente um kibire.


Apesar dos poucos peixes fisgados e de muitos pescadores por Hamanako, é preciso lembrar que ainda estamos no começo de temporada, com kibires aparecendo desde março algo bem incomum para este tipo de peixe.

domingo, 7 de abril de 2013

Um seigo e três pescadores

Sábado, a chuva vai caindo e pouco a pouco se transformando num temporal.
Como previsto pela agência de meteorologia.
Aqui no Japão, através da internet é possível saber com certa precisão a previsão do tempo, geralmente em escala de 3 horas. 
Consulto sempre as previsões da  Yahoo Japan - Shizuoka/Hamanako ou da Tenki.jp.
Ambos possuem a mesma base de dados porem a atualização diaria da Tenki.jp se faz nos minutos iniciais após a virada da meia-noite enquanto a Yahoo só realiza o mesmo na manhã do dia seguinte.
Com a projeção de vento fraco e garoa após a meia-noite, eu, Aguinaldo e o Jairo resolvemos arriscar.
Assim a 00h30 nos encontramos em Hamanako.
Devido a forte chuva, o mar estava agitado, parecendo praia.
Com idas e vindas, o vento trazia chuva apesar da temperatura amena.
Menos mal.
Pelo menos não estava frio.
E nem sinal de peixe.
A não ser pequenos alevinos, que se refujiavam nas beiradas.
Mas a insistência é a alma do negócio e já que estávamos ali tentamos.
E como tentamos. Duas horas depois pausa para um cafezinho.
A temperatura caia gradativamente, esfriando inclusive os ânimos.
Já estava clareando quando subitamente a vara se envergou e senti o peixe levar minha isca.
Num ato de reflexo, puxei. 
Nada. 
Infelizmente perdi a fisgada.
Só me restava lamentar.
Foi quando olhei para o lado e vi que o Aguinaldo havia engatado algo.
 Era um robalo, de pequeno porte, chamado pelos japoneses de Seigo.



Robalo,  07/04/2013. 05h34.
Isca: Sinking pencil (Tomas/Ishiguro)
Pescado por Aguinaldo

Com o dia clareando, os alevinos que se refugiavam nas beiradas, saíram em cardumes, atraindo os pequenos robalos que se alimentavam, rebojando na flor d'água.
Continuamos tentando até que o dia enfim tomou conta e os alevinos se foram junto com seus predadores.
Três pescadores e um robalo. 
Este foi o resultado da pescaria de hoje.

Eu, Aguinaldo e Jairo



sábado, 6 de abril de 2013

Equipamentos de pesca

Antes de adquirir um conjunto de pesca, sempre surgem muitas duvidas.
Com tantos fabricantes e tantas opções que o mercado dispõe, torna-se difícil decidir.
Eu mesmo, já tive vários equipamentos, desde os mais variados tipos de molinete e varas, além de inúmeros testes com linhas de multifilamento (PE) e fluorcarbono e também dos shock leader.
Então vamos por partes.

Varas


Existe um certo padrão em relação aos tipos de vara mas que podem variar de acordo com o fabricante. Geralmente são classificados em UL(Ultra Light), L(Light), ML (Medium Light), M(Medium), H(Hard). Conforme o tipo de pescaria, se define um equipamento. Para quem dispõe de um bom caixa, este seria o ideal. Não é o meu caso e talvez o da maioria dos pescadores. Então é preciso buscar um equipamento que se possa utilizar nos mais variados tipos de pescaria. As varas do tipo L e ML, foram desenvolvidos para estes fins. As varas do tipo L compreendem iscas entre 5 e 28 gramas enquanto as ML abrangem entre 7 e 35 gramas. 


Para pescar robalo e kibire em Hamanako, Nagoya e região, eu utilizo uma Shimano Dialuna 900L, de 2,74 centímetros (2 partes) , iscas de 5 a 21 gramas e linha PE 0.5 a 1.2. Escolhi ela por causa de alguns detalhes que talvez muitos não deem importância. É uma vara super leve, 134 gramas, dotado de passadores do tipo K guide de aço inoxidável. O que vem a ser isso? É muito comum durante um arremesso, a linha enroscar no passador e travar o arremesso ou mesmo estourar a linha e perder a isca! Os passadores do tipo K guide, possuem um design que diminui bastante a possibilidade de isto acontecer. Sem precisar passar por esse tipo de problema e com um equipamento leve, a pescaria se torna mais prazerosa e confortável. E porque tipo L e não ML? As iscas que desenvolvo e utilizo tem em média de 5 a 18 gramas e uma vara do tipo L corresponde perfeitamente. Um outro detalhe é o fato da Shimano ter um padrão de vara mais rígida. Talvez se optasse por uma Daiwa provavelmente seria ML uma vez que o padrão deste fabricante são varas mais flexíveis.

Molinetes

Segundo item mais importante, a escolha do molinete é sempre muito complexo. Vale a pena investir? A quantidade de rolamentos faz diferença? Melhor um molinete pequeno, médio ou grande? Shimano, Daiwa, ou um genérico?
O fator mais importante é o dinheiro disponível. No mercado há várias opções que cabem no seu bolso.



Recomendo molinetes de baixo custo para pescadores ocasionais, mas se você tem a intenção de fazer da pescaria um hobby frequente, é melhor investir um pouco. Um Nasci da Shimano ou um Freams da Daiwa são boas opções. O Nasci vem com rolamentos ARB, que possuem tratamento anti-corrosão enquanto o Freams é selado a óleo, evitando a entrada casual de água salgada e pó dentro do equipamento. São molinetes macios e com ótima durabilidade. A quantidade de rolamentos contribui para isso.  Para pesca de robalo e kibire, prefiro os modelos 2500 ou 3000! Por falar em tamanhos, vamos aos detalhes.
2506, 2508R-SH, C3000M, HG, XG, PG!!! Quantas siglas!!!




Começamos pela Shimano.
Os modelos variam de 1000 e 30000. Quanto menor o modelo, menor o equipamento. Os modelo com um C na frente do número como C3000, significa modelo compacto. É praticamento um modelo 2500 com um copo com capacidade maior de linha. Um S ou um M após o número indica o tipo de copo. S (Shallow) denomina copo raso, com pouca capacidade de linha. Destinado as linhas de multifilamento, hoje em dia cada vez mais finas. M (Medium) é um intermediário entre o copo normal e o S.
 Já as siglas PG, HG, XG identificam a velocidade do recolhimento. Vejamos isso em número utilizando um STELLA SW 5000 como referencia. O modelo PG(Power Gear) recolhe 78 centímetros com uma volta na manivela, o HG(High Gear) recolhe 97 centímetros e o XG(eXtra high Gear) recolhe 105 centímetros.




A Daiwa diferencia seus modelos basicamente da seguinte forma:
2500 modelo padrão, 2506 copo raso, 2508 copo médio. Se vier acompanhado de um H (High), significa recolhimento rápido e se for R-SH, significa recolhimento ultra rápido!!!

Linhas

Durante um bom tempo resisti as multifilamentos por duas razões. O preço muito alto que era vendido ha alguns anos atrás e o fato de achar complicado demais fazer o nó para unir o multifilamento ao líder! Durante este tempo usei fluorcarbono. Não tinha necessidade de líder, mas com o tempo a linha ficava torcida e com memória. Além de ter uma espessura maior, limitando um pouco os arremessos.
Com a expansão dos multifilamentos e em consequência os preços mais em conta, mudei para as PE e tive que aprender o complicado nó. A principio utilizava o nó albright, mas depois de muita pesquisa e treinamento acabei me adaptando ao Midnight e  hoje deixou de ser um bicho de sete cabeças e se tornou um elo de confiança entre eu e o peixe.

Usei muitos tipos de PE, como PowerPro, Rapala X-Nova, G-soul X3, Fireline. Mas confesso que depois que usei a R18 da Seaguar pela primeira vez senti diferença entre as PE.
シーガー R18 完全シーバス

A R18 é composta de 8 fios trançados, maior libragem e menor espessura, além de ter menos resistência nos passadores, gerando um arremesso mais longo e mais macio. Também não se percebe a linha torcida como acontece com as outras PE. É claro que custa um pouco mais caro que as outras, mas acho que vale o investimento. Uso a PE 1.0 de 19lbs.
Quanto ao líder, vario entre o fluorcarbono e o nylon, geralmente entre 16 e 20 libras.
Quando vou pescar em locais rasos ou com utilização de iscas de meia-agua e superfície, gosto do nylon pois afunda lentamente e desta forma não interfere muito na ação da isca. As fluorcarbono uso quando pesco utilizando iscas de fundo ou em locais de muito enrosco uma vez que é mais forte a abrasão.

Snaps

Usar ou não usar?
Eu gosto de usar snaps, pois agiliza a troca de iscas. Confesso que não gosto dos modelos com girador, pois acho que interferem na ação da isca. Mas isso vai de pescador para pescador.
Ano passado passei a utilizar um snap da Gamakatsu, que não precisa abrir para colocar a isca.
Com este snap a troca se tornou muito mais pratica e rápida, além de manter a qualidade, pois não há o movimento de abrir e fechar.



Como funciona na pratica

Coxinha - Colaborador do Pescaria no Japão

 Esta semana estou trabalhando no período noturno e as pescarias ficaram restritas ao fim de semana.
22 horas no relógio da parede! 
Recebo um aviso de e-mail no meu celular.
É do amigo Coxinha, avisando que pegou um kibire.
E eu trabalhando... Que inveja!!!
Coxinha tem me acompanhado nas ultimas pescarias e descobri nele uma grande qualidade.
É um bom fotografo!!!
Brincadeiras a parte, desta vez ele foi sozinho e conseguiu pegar o primeiro kibire da turma no ano!
Parabéns!!!

Colaborador Coxinha

Os kibires estão rodando por Hamanako, mas ainda pouco ativos.
Até que chegue o verão e em consequência disso a atividade dos kibires cheguem ao topo, neste inicio de temporada é preciso acima de tudo paciência e muita insistência, além de um pouco de sorte é claro!
Muitos me perguntam sobre onde pescar kibire em Hamanako.
A resposta é simples. 
Hamanako é um lago de água salobra, ambiente ideal para os kibires, sendo assim, qualquer lugar sempre haverá chances de pesca-lo. 
Os locais de pesca são de gosto pessoal. 
Uns preferem aqui, outros ali. 
Eu gosto de rodar por Hamanako. 
Pesco um dia em Mikkabi, outro em Kosai, outro em Bentenjima, Hosoe e assim por diante. 
Creio que não há um lugar melhor do que outro e sim um fator chamado sorte e outro chamado persistência.
Estes dois sim, te levarão a um bom peixe.

Kibire, 05/04/2013. 21h53
Isca: Artificial artesanal
Pescado por Coxinha