Ontem e hoje numa rara exceção não tive hora extra.
Oportunidade em vista, parti pra pescaria!
No primeiro dia ainda estava escuro quando cheguei, mas já haviam muitos pescadores em busca do seus objetivos as margens do mar.
Rapidamente me arrumei e parti pra água.
Arremesa e recolha...
Troca de isca.. troca de cor...
Nada...
Em um desses arremessos veio essa sardinha e só!!!
Foi o único peixe que vi neste dia.
No dia seguinte, seguindo o mesmo ritual do dia anterior, parti novamente pra água.
No horizonte o dia ia surgindo, borrando o céu de um vermelho intenso e bonito, apesar do frio do inverno que se aproxima.
Pensei comigo: - Mesmo senão pegar nada, só este nascer do sol já valeu a pena! Assim senti-me mais calmo e livre dá pressão e frustração de há muito tempo não pegar um bom peixe.
Quando comecei a pescar com iscas artificiais, não tinha noção exata (e ainda não tenho) de quando trocar as iscas.
Então, como estratégia decidi que trocaria de iscas a cada ciclo de dez arremessos. Usando essa tática, me concentro em não errar as contas e desvio o foco da frustração de não haver nenhuma batida.
Resolvi usar essa técnica, uma vez que me dei conta do ciclo constante de trocas de iscas que estava fazendo, perdendo precisos minutos em que a isca deveria estar dentro da água, uma vez que, pescando na praia onde não há estruturas para se localizar o peixe, ficamos à mercê dos peixes que transitam de um lado para outro na nossa frente, de acordo com a corrente marítima, diminuindo assim a probalidade de se fisgar um.
E foi dessa forma que a fisgada veio, forte e intensa, e dei-lhe a resposta na mesma proporção, mostrando o cartão de visitas ao meu oponente, que num surto de susto veio a flor d'água exibindo a silhueta de um grande lutador!!!
Lunker sea bass!!! Foi o primeiro pensamento que me veio à cabeça.
Mas num movimento brusco, afundou e começou a tomar linha...
A fricção zuniu, cantando uma velha canção que fazem os pescadores delirarem!!!
Apenas esperei a primeira parada para começar a batalha, e que batalha, como num cabo de guerra, eu puxava daqui e ele de lá, num vai e vem elevando a adrenalina a mil!!!
Aomono!!! Um segundo pensamento veio à tona!!! Pela força, provavelmente um buri!!!
Pouco a pouco ele ia cedendo, mas bastava sentir a areia da praia se aproximando que tentava a todo custo se afastar dali, tomando novamente mas metros e metros de linha!!!
Não escape pela amor de Deus!!!
Num momento de cansaço e desespero era só o que pensava!!!
Mas dessa vez, o líder não rompeu, às garateias não abriram, nem a vara quebrou...
Eis o meu troféu!!!
Pescar, mesmo que na maioria das vezes seja mais frustração e cansaço, são momentos assim que justificam os poucos minutos de ação e emoção que certamente se eternizarão em nossas memórias...
Mas sempre haverá motivos para continuar um projeto parado, mesmo porque, isso é viver...
