domingo, 14 de julho de 2013

Hamanako sea bass revanche

Nas minhas ultimas andanças por hamanako, confesso que não fui muito feliz.
Sem compromisso este fim de semana, resolvi partir para Mikkabi.
Passei na casa de pesca e verifiquei que realmente este ano ta difícil pegar algum kibire.
Em compensação, pelas redondezas da ponte vermelha, os sabas estão aparecendo.
Cheguei ao primeiro ponto planejado e pude constatar a limpidez da água.
Resultado das poucas chuvas deste ano.
Com a água muito limpa, o número de plâncton se torna pequeno, em consequência disso a quantidade de  alevinos também são reduzidos, fazendo com que os peixes predadores se afastem das margens, mas isto é, teoricamente.
Também pude constatar uma maior incidência de algas vermelhas, ao invés dos matos de caule longo, comuns na região e que abrigam os alevinos e crustáceos.




Por falar em crustáceos, quando entrei na água, levei um susto.
Algo saiu pulando por cima da água.
Procurando saber o que era, descobri ser um tipo de camarão chamado saimaki ebi ou kuruma ebi.
Ótima presa para robalos, kibires e kurodais.
Logo me veio a cabeça que, se este camarão estava por ali, sem ser incomodado ou servindo de alvo para algum predador, é porque a pescaria não seria tão produtiva.
Mesmo assim tentei.
Arremessos, trocas de iscas, até decidir partir para outro ponto.


Robalo, 14/07/2013. 4h58.
Isca: Artificial artesanal

Com o dia se aproximando, já com uma pequena silhueta do sol, cheguei na ponte vermelha.
Muita gente, e sem lugar para estacionar.
Pelo jeito todos estavam atrás dos sabas.
Resolvi me afastar um pouco e procurar um lugar onde estacionar.
As margens, dava para perceber pequenos alevinos circulando.
Rapidamente montei meu equipamento e fui para a água.
Os cardumes de alevinos começaram a se movimentar a medida que o sol ia ficando mais forte.
Esperei pelos rebojos e nada.
Resolvi arremessar esporadicamente e em várias direções com o metal jig afim de pegar alguns sabas.
Mas no ponto onde eu estava nem sinal deles.
Resolvi trocar de isca.
Já estava desistindo quando senti o tranco.
E vi o salto.
Não era muito grande, mas era um robalo.
Bom. 
Fazia tempo que não pegava nada em Hamanako.
E da ultima vez que estive por aqui, perdi o único que bateu.
Mas na revanche de hoje, me dei melhor.


segunda-feira, 8 de julho de 2013

Okkapari Big Fighter

Assim terminou a pescaria de hoje.
Anzol aberto, snap arregassado.
O estado do metal jig ficou lastimável.
Mas valeu a pena.
Cada minuto.
Cada salto.
Cada tomada de linha.
Inclusive o cansaço.
Momentos como o de hoje são raros.
Então vamos a pescaria.


Os rumores sobre os Aomonos sempre aparecem nesta época do ano.
Shio, abuco, inada.
Pensando nisso, passei a tarde inteira de ontem montando assist hooks.
Cheguei no local de pesca por volta das três e meia.
Ainda escuro, optei pela rolling bait.
Arremessa e recolhe.
Arremessa e recolhe.
Nada.
Como sempre troquei de cor.
Depois, troquei de isca.
Olhando o horizonte deu para perceber que logo o dia reinaria.
Coloquei o assist hook e um metal jig de 20 gramas.
Ainda meio escuro, não dava para saber como a isca estava trabalhando.
Continuei com ela até clarear e eu perceber que a maré estava correndo forte demais.
Optei pela Colt Sniper 35 gramas da Shimano.
Esta sim, estava melhor para trabalhar.
Olhei para a minha volta a procura de mais pescadores.
Porém estava só.
Talvez pelo horário, ainda muito cedo.
Arremessei.
Comecei a recolher.
Sem toques na ponta da vara.
Sem deixar a isca descer.
Senti um tranco enorme.
A primeira reação, a fisgada.
O peixe correu que nem um louco.
E tomou linha.
Durante alguns minutos nada pude fazer.
A fricção no talo.
Um salto.
Meus olhos brilharam.
Talvez fosse ilusão.
Tava difícil acreditar.


Nesta hora chegou um tiozinho pescador.
Peixe grande né!!! Ele disse.
Quero ver!!!Nunca vi sair peixe grande aqui!!! Prosseguiu.
Por mais que tentasse trazer o peixe, não conseguia.
A força da maré também dificultou bastante.
Mas pouco a pouco ele foi cedendo.
A ponto de dar as caras.
Tirei o coador das costas.
E pedi gentilmente para o tiozinho pescador me ajudar.




Era um Shiira ou Dourado do mar.
Ele mesmo. aquele peixe estranho que parece um alien.
Que sempre da show nas pescarias em mar aberto.
E que faz anos que não pego um.
Ele parecia não se cansar nunca.
E deu muito trabalho até que o tiozinho conseguiu encaçapar ele.
Agradeci de prontidão.
Ele se ofereceu para tirar as fotos e me parabenizou!!!


É difícil descrever com palavras, a emoção de se pegar um peixe assim, de barranco.
Mas foi um show.
Uma lembrança que certamente se eternizará em minha memória.



Esta foi com certeza a maior briga que tive com um peixe.
E que venham outras.
Porque pescar é isso.
Peixe grande, peixe pequeno.
Não importa.
Extrapolar as emoções.
Ter paciência acima de tudo.
E acreditar.



Como a luta durou muito tempo e provavelmente o peixe não sobreviveria se o devolvesse para a água, resolvi leva-lo embora.
O problema é que não coube na minha caixa térmica!!!!

sábado, 6 de julho de 2013

Manutenção de molinetes

Esta semana na ShimanoTV lançaram um vídeo falando sobre como fazer a manutenção básica do molinete.


Esta talvez seja uma das maiores duvidas de todo mundo que pesca.
Como limpar o molinete após a pescaria.
O vídeo de apenas 6 minutos mostra como faze-lo, alem de enfatizar pontos importantes.
Para assistir clique aqui.
Muitos irão questionar o fato de estar em japonês, o que poderá ser um empecilho para muita gente.
Para facilitar a vida destas pessoas, vou tentar traduzir alguns pontos que podem gerar dúvidas.


A falta de manutenção de equipamento após a pescaria pode ocasionar sérios problemas futuros.
O sal e a poeira são inimigos terríveis.
Então vamos a manutenção!
A limpeza deverá ser feita após a pescaria, enquanto a sujeira e o sal ainda não se solidificaram.
Antes de mais nada feche a fricção ao máximo.
Com a pressão da água bem suave, lave o equipamento inteiro, mas não use água quente.
Pode-se jogar água sem dó, principalmente no carretel e no guia de linha.


Após esse processo, se o molinete estiver na vara, retire-o.
Rode a manivela e chacoalhe ao mesmo tempo afim de se retirar o excesso de água.
Com um toalha, seque o equipamento.
Nunca mergulhe o equipamento dentro da água.
No carretel existe um local para se prender a linha. Use-o e nunca deixe a linha na guia de linha. 
Com o tempo pode-se acumular sujeira e deteriorar o local.
O ideal é sempre deixar o molinete desmontado e coloca-lo na vara somente quando for usar.


Depois de lavado e tirado o excesso de água, solte a fricção e deixe o equipamento secar em cima de um jornal, em local aberto e longe dos raios solares.
Em alguns modelos, existe um parafuso de plastico perto da manivela do lado esquerdo feito para facilitar a manutenção. Retire-o, pois ajudará a evaporar a água de dentro do equipamento.
Não deixe o equipamento molhado dentro da caixa de pesca.
Não use secador de cabelo.


Depois que estiver seco, é preciso lubrificar novamente o equipamento.
Esteja com o manual em mãos, pois, dependendo do modelo, há partes que requerem um pouco mais de atenção.


No geral, aplica-se óleo na guia de linha, nas manoplas e se houver o local do parafuso de plastico, da-se apenas uma borrifada dentro do equipamento.
Dentro do equipamento, aconselha-se aplicar o óleo uma vez a cada 5 pescarias ou se ficar parado por mais de um mês.
No encaixe do arco, usa-se graxa.



Procure utilizar sempre óleo e graxa indicados pelos fabricantes.
Após aplicar os lubrificantes, retire o excesso com um pano.
Este é um procedimento básico, visando uma maior durabilidade do equipamento.
Dependendo do modelo do molinete é aconselhável  mandar para o fabricante uma vez por ano, para uma manutenção mais detalhada, o chamado, オーバーホール(ooba hooru).










quarta-feira, 3 de julho de 2013

Peixe espada em Akabane

Tachiuo, assim chamam o peixe espada aqui no Japão.


Esta semana eu o Coxinha estamos trabalhando no período noturno.
Muito bom, porque da para sair do trampo e ir pescar.
O verão já está bem próximo apesar do clima fresco que está predominando.
Agora é época de variados tipos de peixe.
Principalmente em mar aberto.
O local mais próximo a nossa fabrica é Akabane e foi para lá que nos dirigimos.
Vento forte, na média de 4 metros por segundo.
Nos posicionamos na longa plataforma de um modo que o vento nos ajudasse.
Abri os arremessos com um metal jig de 7 gramas, o mesmo de sempre.
E ação já no primeiro arremesso.
Mas não consegui engatar.
Mesmo assim, bom sinal.
Dei mais alguns arremessos quando o Coxinha disse: engatei!!!
Legal.
Fiquei aguardando para ver que peixe era.
Para a minha surpresa era um peixe espada.



Com um prateado sem igual, o Tachiuo é um peixe muito bonito.
E saboroso.
Lembrei-me de quando pescava em Santos, atrás dos espadas.
Era emoção a toda hora.
E os de lá chegavam a um metro.
Este meros trinta centímetros.
Mas é um predador que ataca bem as iscas artificiais, o que torna sua pescaria muito divertida.
Porém é preciso ficar atento a sua dentição afiada e tomar muito cuidado ao retirar o anzol.




Observando o Coxinha usando o metal jig, fiz igual.
Recolhimento lento com toques na ponta da vara.
Este é um detalhe importante numa pescaria.
O modo como trabalhar a isca.
Muitas vezes é preciso ficar atento em quem esta pegando e tentar fazer igual.
Foi assim que peguei o meu primeiro enquanto o Coxinha já tinha levantado três.
Pegando o jeito, o negócio é sair atrás do prejuízo.
Afastei-me mais alguns metros e engatei outro.
De repente os barcos de pesca começaram a sair do porto e tivemos que parar  e esperar.
Curta pausa, mas o suficiente para afugentar os peixes.
Tentei uma isca do tipo colher e nada.


Parei alguns segundos e observei o local.
Que profundidade teria aquele pedaço?
Foi então que veio uma luz.
Com a agitação da maré devido os movimentos dos barcos, deduzi que os peixes poderiam ter ido mais para o fundo.
Ao invés do metal jig de 7 gramas, optei pelo de 20 gramas.
Um, dois arremessos e tum.
Engatei um.
Dei a dica para o Coxinha e ele também engatou.
Quatro a três no placar geral.
Mais um e empato o jogo.
Porém, depois disso, nenhuma ação.
Já sem esperanças, fiquei apenas observando os pescadores com sabiki ali presentes, levantando pequenos ajis.
Foi quando senti um tranco.
Escapa não.
Lentamente recolhi.
E consegui levantar.
Jogo empatado.
Sete horas no relógio do celular.
Hora de ir embora.


Antes de deixar o local, uma foto para lembrança.
Depois de muito anos, reencontrei-me com os peixes espadas.
Obrigado Akabane.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Porto de Nagoya, okkapari

Sábado a noite, parti rumo a Hamanako para tentar algum kibire.
Os poucos pescadores denunciavam que os kibires ainda não estão em plena atividade.
Com isto em mente, nem ousei colocar a roupa de borracha.
Tentei das margens, na esperança que algum kibire se interessasse por minhas iscas.
E fiz um rodizio completo com elas em busca de ação.
Com o dia clareando, os alevinos deixavam as margens.
Eram filhotes de tainha, chamados nesta fase de Inaco.
Sempre em cardumes, deixando os predadores sedentos.
Foi assim que os primeiros rebojos de robalos surgiram.
Tentei popper, pencil,minnow.
Nada.
Restavam alguns minutos apenas antes dos predadores sumirem com a luz do sol.
Resolvi usar o metal jig 7 gramas, o mesmo que estava usando para pegar os darts.
Trabalhando no mesmo estilo, com recolhimento rápido e com leves toque na ponta da vara, encontrei o meu adversário. 
Um pequeno robalo que no segundo salto conseguiu se soltar.
E foi-se a pescaria.
Ontem, liguei para o Coxinha e combinamos de nos aventurar pelo porto de Nagoya, pois estava difícil levantar algum peixe em Hamanako.
E assim partimos a noite.


Porto de Nagoya.
Lembranças ainda frescas na memória provindas da semana passada numa pescaria embarcada.
A grande verdade é que de barco as possibilidades de se encontrar um peixe é mil vezes maior do que de barranco.
Mas estamos no Porto.
E os robalos circulam por toda a orla marítima.
Aquele fiozinho de esperança que se apagou na noite anterior, se reacendeu.
Comecei com a Hardcore Lipless.
Gosto dela em Nagoya.
Tum.
A fisgada certeira.
Corre, pula, toma linha.
E escapa.
Será que existe um roteiro a ser seguido?
Porque sempre escapa o primeiro?
Depois de muito tentar com a Hardcore, parti para a rolling bait.
Um,dois, três arremessos e tum.
Lá vamos nós de novo.
Corre, pula,toma linha e...
escapa.
Parece brincadeira.
Olho as garateias e procuro uma desculpa.
Um anzol arrancado, aberto, qualquer coisa.
Mas tudo na mais perfeita ordem.

Robalo, 01/07/2013. 3h17.
Isca: Hardcore Lipless

Me desloquei alguns metros e coloquei novamente a Hardcore, depois de muito tentar com a rolling.
Já passava das três da manhã quando a senti o tranco.
Logo em seguida respondi com uma fisgada.
Antes que ele desse um salto, dei novamente mais uma fisgada.
Se os outros escaparam por falta de fisgada, este não.
Nem sei se ajudou em alguma coisa, mas, este não escapou.
Coxinha veio logo em seguida para ver o robalo.


Animado com a captura, Coxinha partiu em busca do seu.
Demorou cerca de uma hora até ouvir no silêncio da noite a fricção do molinete do Coxinha cantando.
E cantou bonito.
Para dizer a verdade deu um show.
Saltos, tomadas de linha, tensão ao extremo.
Parei para ajudar.
Segurei pelo líder e com o alicate de contenção, prendi-o pela boca.
Este estava faminto.
Encharutou a Rolling bait.
 
Robalo, 01/07/2013. 4h15.
Isca: Rolling bait
Pescado por Coxinha

Também vou sair na foto, disse sorrindo, o parceiro Coxinha.
E que belo exemplar.


Tiradas as fotos, voltamos a pescaria.
Logo no primeiro arremesso do Coxinha, ele engatou mais um.
Só que este, com um belo salto, conseguiu se livrar da isca.
Quatro e meia.
O dia veio e chegou a nossa hora de ir.
Devido a distância e ao transito encerramos ali a pescaria.
Pegamos nossos robalos, mas, ficou no ar a sensação de revanche em relação aos que escaparam.
Quem sabe na próxima pescaria.